Com os paises, supostamente, gastando bilhões de dólares todo ano para desenvolver armas a laser, inclusive o Brasil, como já citamos em um artigo [1], parece que cientistas chineses encontraram uma maneira de baixo custo para combater a tecnologia que está por vir, um composto à base de resina fenólica de boro ou BPR, um material comumente usado em ambientes industriais quentes e de alto estresse [2].

A China é o maior fabricante mundial de BPR. Custa ao país apenas US$ 1 para produzir 1 kg do material [3]. Além da aplicação industrial, o BPR também tem aplicação aeroespacial e militar, como ablativo, uma espécie de proteção térmica em mísseis de alta velocidade. No entanto, armas a laser podem facilmente queimar um buraco neste revestimento com uma exposição a laser de alguns segundos. A equipe de pesquisa liderada por Gao Lihang, um professor do Instituto de Tecnologia de Pequim, adicionou alguns compostos inorgânicos à resina para fazer um novo composto, BPR-1. Curiosamente, os compostos como carboneto de silício, dióxido de zircônio e nanopó de negro de fumo foram comprados diretamente do mercado e adicionados à resina de baixo custo.

Como funciona o BPR-1

Os pesquisadores aplicaram 2,5 mm de revestimento da resina recém-criada e a testaram contra uma exposição de 15 segundos a um laser de nível de arma. Após o teste, a superfície posterior do revestimento apresentou uma temperatura de superfície de 230 graus Celsius, que é muito menor que o ponto de fusão de 400 graus Celsius do alumínio usado em aplicações aeroespaciais.

A densidade de potência do laser utilizado no experimento era de 500 watts por cm², o que é muito mais intenso do que a potência normalmente usado para atingir um míssil balístico. De acordo com o relatório dos cientistas, um laser de uma arma de 3 megawatts teria teoricamente uma densidade de potência de 300 watts por cm².

Apesar de todos os seus avanços, os militares dos EUA só exibiram armas a laser de 300 quilowatts [4], e armas a laser de megawatts ainda estão em desenvolvimento.  Portanto, a se confirmarem esses dados, os chineses já acharam a “criptonita” da arma a laser antes mesmo de ela entrar em combate real.

Referências:

[1] Coelho, Fernando. Canhões laser já são realidade. 24 nov 2023. Disponível em: https://portal.techdefesa.com/2023/11/24/canhoes-laser-ja-sao-realidade/. Acesso em: 27 ago 2024.

[2] Paleja, Ameia. Chinese researchers turn to $1 adhesive to counter billion-dollar laser weapon from the US. Interesting Engineering. 12 jun 2023. Disponível em: https://interestingengineering.com/innovation/lockheed-martin-breaks-own-record. Acesso em 27 ago 2024.

[3] Chen, Stephen. Could this 1-dollar Chinese adhesive defeat a billion-dollar US laser weapon? The South China Morning Post. 12 jun 2023. Diponível em: https://www.scmp.com/news/china/science/article/3223570/could-1-dollar-chinese-adhesive-defeat-billion-dollar-us-laser-weapon?module=perpetual_scroll_0&pgtype=article. Acesso em: 27 ago 2024.

[4] Theresa, Deena. Lockheed Martin breaks own record, delivers 300-kW laser weapon to US military. Interesting Engineering. 19 set 2022. Disponível em: https://interestingengineering.com/innovation/lockheed-martin-breaks-own-record. Acesso em: 27 ago 2024.